sábado, 3 de abril de 2010

Quem Somos

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Coragem, audácia, revolta e poesia. Gentilezas espalhadas por todos os eixos. Pequenas ações realizadas em locais públicos. Real e fictício. Tudo misturado. Não há personagens, há pessoas. Atores e espectadores dentro do mesmo balaio. Um balaio bem pensado. Ingredientes do Manifesto Futurista, do Teatro Sintético, do Teatro Pós-Dramático, Intervenção Urbana, Velocidade, Blog, Performance, Vídeos, Programas e Teatro. Tudo isso e mais um monte de coisas.
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É assim que se define o Projeto Serpentes que Fumam, da Andaime Cia de Teatro. Contemplado pelo FAC 2009 e pelo Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz 2008, o segundo trabalho da Cia reforça a autonomia do intérprete criador na concepção do espetáculo e estabelece novos moldes da interpretação, na dramaturgia e na encenação. Serpentes que Fumam desloca o foco do objeto cênico para a ação. O valor que antes se atribuíra aos elementos dramatúrgicos (enredo, personagens, conflito dramático) passa a residir no ato cênico em si: na presença dos artistas, na intenção de desestruturar as certezas do espectador e do próprio ator sobre a arte e a vida.
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Para realizar esse trabalho, saímos da caixa preta teatral atraídos pelo barulho e pela fumaça da cidade que clamam por nós, que nos confrontam com as suas possibilidades, pluralidade de lugares, de pessoas e de regras. Pluralidade esta inserida quase que inconscientemente no nosso pensamento cada vez mais multifacetado e no nosso cotidiano cada vez mais virtual.
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Teatro é ensaiado? Tem início, meio e fim? Qual é a estória? As cenas já estão marcadas? Essas perguntas são difíceis de serem respondidas quando pensamos no projeto. Para a construção das intervenções cênicas, a Andaime utilizou o conceito de programa da Eleonora Fabião: “...um tipo de ação metodicamente calculada, conceitualmente polida, que em geral exige extrema tenacidade para ser levada à cabo, e que se aproxima do improvisacional exclusivamente na medida em que não será previamente ensaiada.” Foram elaborados 12 SQFs diferentes que serão realizados em todo Distrito Federal.
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Durante meses, estivemos “programando” maneiras alternativas de pensar a arte contemporânea e o teatro pós-dramático com o objetivo de elaborar ações performativas onde os artistas e o público pudessem vivenciar algo inusitado, fora do padrão, diferente do hábito. Buscamos formas alternativas de lidar com o estabelecido.
As intervenções serão em locais variados, de caráter único e não repetitivo. A natureza do trabalho é efêmera. Estamos trabalhando com dramaturgia aberta. O espectador é também autor da cena. Trabalhar com o novo é sempre um risco. Os SQFs foram programados, mas serão experimentados apenas no dia da execução. Da torre de TV, ao cartório da Asa Sul. As serpentes estarão espalhadas pela cidade.
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É Importante ressaltar que em muitas ações serão feitas num local onde parte do público não terá conhecimento que está assistindo um SQF. A idéia é interagir com a cidade, espalhar cenicamente o nosso manifesto, surpreender o público e entregar gentilezas para desconhecidos íntimos.
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Absorva a fumaça das serpentes e desvende o nosso rastro por aqui.
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Um trabalho de Ana Luiza Bellacosta, Carlos Kobzev, Kamala Ramers, Larissa Mauro, Lucas Ferrari, Márcio Menezes, Marilia Carvalho, Patricia Del Rey e Tatiana Bittar

Ficha Técnica
Cenografia e Figurinos: Roustang Carrilho
Arte Gráfica: Maíra Zannon
Fotos: Thiago Sabino
Filmagem: Kika de Moraes
Assessoria de Imprensa: Fernanda Barros e Ionara Silva
Produção: Janaina Menezes
Realização: Andaime Cia de Teatro

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